Os Caminhos da Baleia Franca, desde seu planejamento inicial por voluntários (2018), tal como o concebido pela APA da Baleia Franca (2020), tem como premissa conectar paisagens e unidades de conservação, bem como padronizar a sinalização em seu percurso. A trilha, que possui 171,68Km planejados e cerca de 50Km já implementados, conecta praias, trilhas e caminhos costeiros dos municípios abrangidos pela Unidade de Conservação, bem como se encontra com outras UCs, como a do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro e os Parques Nacionais de São Joaquim e Aparados da Serra. Além disso, faz parte da maior trilha nacional (corredor litorâneo - Trilha Oiapoque x Barra do Chuí) e vizinha com outras trilhas regionais, como: a Travessia do Tabuleiro, Caminhos da Ilha de Santa Catarina e Caminho das Araucárias.
O trajeto da trilha compreende municípios que são destaque no setor do turismo em Santa Catarina, principalmente por seu cenário natural com a presença de mata atlântica, lagoas e praias. As trilhas e caminhos ali existentes tem muito a contar sobre a história e o patrimônio histórico desses locais, além disso, são elementos chave tanto para o turismo quanto para a conservação do meio ambiente. A geodiversidade das duas cidades apresenta dunas, morros, lagunas, promontórios, ilhas, costões rochosos e banhados. Dentro dos biomas Mata Atlântica e Marinho Costeiro, a vegetação possui áreas de floresta ombrófila densa e de restinga. A biodiversidade abriga espécies de fauna e flora, inclusive, algumas delas ameaçadas de extinção, tais como a Baleia Franca Austral (Eubalaena australis) e o Butiá (Butia catarinensis). O turismo é um dos principais geradores de renda da região e, nos últimos anos, pode-se destacar o ecoturismo, turismo de natureza e de aventura, com atividades que vão desde caminhadas, corrida, surf, kitesurf, paraquedismo, canoagem, entre outras modalidades. Ainda, com a implementação dos Caminhos da Baleia Franca, busca-se valorizar as comunidades, caminhos históricos e patrimônio arqueológico, bem como oportunizar o desenvolvimento de negócios e prestação de serviços ao longo do traçado da trilha.
A Trilha dos Caminhos da Baleia Franca foi inicialmente idealizada por voluntários locais, a partir da demanda social da conectividade de trechos, tendo apoio do IFSC e ICMBio (2018). Historicamente, um pequeno trecho das trilhas locais foi manejado e implementado em 2011. Em 2015 foi realizada uma Oficina de Planejamento e Manejo de Trilhas e em 2018 a ideia foi retomada com Oficina de Sinalização de Trilhas. A partir de um novo levantamento feito pelo ICMBio (2020) e o aporte da força de trabalho dos Brigadistas do Uso Público da APA da Baleia Franca, a TLC passou a ser de fato implementada novamente.